segunda-feira, janeiro 29, 2007
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Voos Altos
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Acordo de manha cedinho, caramba, grande barulho lá fora, nem parece a minha cidade, com aquele ritmo quente e calmo, está uma confusão que nem se conta. De repente, sinto o vento levar-me por ali fora. Vou mais uma vez de viagem, vou caminhando fora, por esse mundo que sopra sempre no nosso sentido contrário. Paro então numa cidade, a cidade que me viu nascer, a cidade que lhe chamam de Invicta, pois certamente nunca vencida, nunca conquistada. É bom cheirar aquele perfume do mar, sentir aquela brisa marítima bater pela face, movimentando as pontas do meu cabelo, fazendo o nariz dilatar e comprimir conforme a respiração. Sinto-me em casa, mas não posso ficar mais, tenho de partir de novo. Tenho um novo mundo à minha espera, parto por ali a baixo, e encontro Coimbra, a cidade dos estudantes, quem diria que um dia seria parte da minha história, e jamais fugirá da memória, claro foi ali que tudo começou, comecei a ser gente, a ser um homem. Continuo para baixo, mais ainda, apesar de toda a rivalidade, tenho lá família. Parto até Lisboa, apanhando o expresso do fim do dia, ainda consigo chegar a tempo de me rir um pouco com aqueles que estiverem em Angola, que viveram grandes aventuras na companhia do meu pai, Luanda, aquela magnifica cidade que fica na memória de quem por lá passou, foi um sonho vivido, foi o viver no paraíso. Mas, sinto que já que aqui estou, não custa apanhar um avião para França. Claro, marcar presença em casa dos meus avós, marcar presença e estar com aquelas pessoas que podia passar a vida toda a agradecer que nunca conseguiria retribuir tudo aquilo que fizeram por mim. Não perco tempo em mais visitas além de parentes, pois embarco depois de almoço, num voo para Bóston, porque sei que tenho a minha madrinha à espera no aeroporto, tenho ela e família ansiosos por me ver. Respiro um pouco daquele ar leve do norte, Milford, província de Hopedale, é um lugar pacato e sossegado, perfeito para relaxar, mas tenho de ainda de concluir a minha pequena passagem para sul, dirigindo-me então para Canneticun, perto de NY. A família é grande, e não chegava nem um mês para poder visitar todas as pessoas, mas vejo apenas aquelas caras que mais me marcaram de pequeno, aqueles que são importantes, sim a minha tia tem o seu lugar. Muito de mim se deve a ela. Mas, abanando a cabeça, estou simplesmente em Mirandela, não saí daqui, vou ver o que é o almoço. |
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posted by Vitor Alves
12:14
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