terça-feira, janeiro 10, 2006
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Desespero
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'Encontravamo-nos no Sabado. Acordam-me de manhã cedinho para a dose da rotina que se vinha tornando habito. Estava ancioso, pois sabia que hoje poderia voltar a andar, poderia voltar a sentir o peso do corpo e o solo, cansado de estar acamado, colocaram-me uma tala para poder movimentar. Coloquei um pé no chão, sentindo o sangue a correr perna abaixo e a pressão as descair pelo lado esquerdo. Canadianas na mão e tinha tudo, mas via o passo dificil, como se fosse o primeiro, tinha medo de cair, a enfermeira à minha espera, comecei e senti que era algo custoso. Primeiro dia, custava imenso subir e descer da cama, ainda tinha algumas dores, qualquer toque ou jeito naquela zona era algo de fazer revirar os olhos. Momento real passado, enfim fazer a barba e esperar o tempo passar, o chegar à casa de banha e olhar para o espelho e ter impressão que não estava a ver a mesma pessoa, que estava a sentir algo diferente, não queria estar ali! Cansado de estar no hospital à espera que dissessem que podia ir embora. Será que falta muito? As visitas ajudam a animar mas quando tudo parte, quando tudo acalma, a noite chega, os fones nos ouvidos, as luzes apagam, já passa da meia noite e perco-me no pensamento. Sinto-me só, olhar-mos uns para os outros sem dizer uma unica palavra mas sentir que todos queremos o mesmo, Sair dali! Cara desanimada, pensar que estamos ainda e podemos estar se algo corre mal, tudo demora, complicado sentir falta e chegarmos todos à conclusão que só damos valor as coisas quando estamos sem elas ou então quando as perdemos. Uma filosofia adequada a todos os humanos, um valor que vale mais que palavras e atitudes. |
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posted by Vitor Alves
23:41
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