segunda-feira, fevereiro 06, 2006
|
Haja paciência!!
|
Chegara a hora da despedida (e não as suporto). Dirigi-me ao autocarro já com o bilhete comprado, atirei a mochila para cima das outras malas e estendo o bilhete ao senhor motorista, juntamente com o cartão da faculdade: – Não posso aceitar isto – disse com expressão serena e resoluta, devolvendo-me o cartão – Este cartão não está actualizado. Endireitou os ombros e colocou as mãos atrás das costas como quem acabara de se orgulhar do que fizera. – Ouça lá! Mas na minha faculdade só actualizam os cartões em Fevereiro. E ainda por cima estou de férias e só começo as aulas amanhã!! Que quer que lhe faça? – Desculpe mas não a posso deixar entrar assim. Vai ter de comprar um bilhete normal! – insistiu, inchando mais o peito. – Vai-me fazer comprar outro bilhete? Então não saia daqui! – e passei bruscamente à sua frente. Começara a preocupar-me à medida que me ia aproximando da bilheteira. Tinha quase a certeza que não tinha fichas suficientes pa desencantar outro bilhete. Já me estava a imaginar a mandar uma mensagem ao povo: “Pois é, parece que mudei de ideias. Afinal sempre fico mais um dia!”. Felizmente, tive de pagar apenas a diferença dos bilhetes. Regressei para junto do... do motorista e estendi-lhe rudemente o papel azul: – Obrigada, boa viagem! – Não me chateie! Até encontrar o meu lugar e acomodar-me decentemente, roguei 1001 pragas ao raio do homem tal era a raiva fervilhante causada pela precupação dos outros em relação a “merdinhas”. Ui! A lei? A lei acima de tudo, que se... o resto!! Íamos já a meio da viagem, quando os pirilampos giratórios azuis iluminam o interior relaxante do autocarro. Um megafone surge do carro e diz imperceptivelmente para encostarmos. Senti-me um tanto quanto irrequieta e os inúmeros “clicks” dos cintos a serem apressadamente colocados não ajudaram. Tive até de acordar o homem ao meu lado para o colocar também, não vá arranjar problemas. Parámos numa das inúmeras estações de serviço da A1, paralelos a mais 4 ou 5 autocarros já estacionados. Ninguém se mexia, ouviram-se vozes e um dos polícias entrou, caminhando pelo estreito corredor com ar inquisidor, e chegando mesmo a perscrutar as prateleiras em cima dos lugares de cada um. Foi pedida a identificação a indivíduos que, para eles, eventualmente, pareceriam mais suspeitos e foram convidados a abandonar a viatura por momentos. Um estremecimento do autocarro denunciou uma revisão à bagagem. Em dezenas de autocarros para o trajecto Porto – Lisboa naquele dia, tinha de parar num de mafiosos. “Era uma inspecção de rotina” disseram alguns... Peis... Depois de longos minutos parados, e depois de ter fumado o meu cigarro, lá voltámos à estrada. Desta vez, sem atribulações. Isto é já tradição. Eu e os autocarros (e/ou motoristas) somos imiscíveis. Esta foi simplesmente a mais recente de tantas outras pequenas aventuras que decorreram até então! Como conclusão só arranjo a mais estúpida de todas: “Em caso de dúvida ou persistência, consulte o seu médico ou farmacêutico”. |
|
posted by Koala
21:01
|
|
|
-
gostei! :) até fico surpreeendido que não estivessem atrás da tua bagagem, ou até mesmo das conversas sobre a CIA: tu és mais que suspeita ;) kidding
|
|
<< HOME |
|
|
|
|
|
|
Membros |
Comentários |
previouspost |
myarchives |
mylinks |
bloginfo |
|
gostei! :) até fico surpreeendido que não estivessem atrás da tua bagagem, ou até mesmo das conversas sobre a CIA: tu és mais que suspeita ;) kidding